Jovens aprendizes formados nas oficinas apresentam espetáculo inédito
‘Verso Poético’ é a nova montagem do Projeto Teatro Cidadão, que acontece nos dias 27 e 28 de novembro, às 17h, com entrada franca, no Teatro Commune. Trata-se de uma criação coletiva com textos de poetas, artistas e autores consagrados, como Clarice Lispector, Mario Sergio Cortella, Fernanda Montenegro, Luís Fernando Veríssimo, Zeca Pagodinho, Elza Soares, entre outros.
O espetáculo retrata o período de isolamento e distanciamento social gerado pela pandemia, que afetou gravemente a todos e em especial a classe artística.
A montagem apresenta quatro cenas distintas: A cidade e seus habitantes, que mostra como as pessoas passaram a se relacionar com a cidades, suas ruas, parques e espaços durante a pandemia; A pandemia e as consequências na vida de cada um dos intérpretes, que revela como os próprios artistas foram afetados e como lidaram com esse momento; Homenagem a pessoas que foram importantes na pandemia, através de figuras que se destacaram durante o período, principalmente em trabalhos de solidariedade a outras pessoas; Movimentos Musicais e Corporais, revela a corporeidade do espetáculo e sua relação com o texto, o espaço e a musicalidade/sonoridades.
Segundo Jorge Julião, diretor do espetáculo, “a peça trata sobretudo da vida desses jovens no momento pandêmico e pós pandêmico, de dor e descaso social, um presente sem futuro certo. Da garra que esses jovens têm para criar seus próprios caminhos e formar suas opiniões nesse caos que estamos vivendo e nessa metrópole caótica que é São Paulo. Textos, poesias, músicas e cenas criadas por um grupo de jovens que sabe exatamente o que dizer, nesses momentos tão difíceis que se encontra o mundo e o nosso país”, finaliza Julião.
Verso Poético, o espetáculo
Durante dois meses, jovens artistas das periferias de São Paulo participaram do programa de aulas com 64 horas de duração divididas entre a realização de Oficinas Artísticas e Técnicas de Interpretação com Máscaras, Commedia Dell’ Arte, Iluminação Cênica, Sonoplastia, Produção Cultural, Cenografia e Figurinos, além da montagem e apresentações de um espetáculo teatral.
“O ambiente teatral volta a criar, fazer, escrever, cantar e sonhar, numa troca de energia e expectativas com o público, que vem nos dizer quem somos e porque estamos aqui, cumprindo a missão de divertir, informar, formar”, declara Augusto Marin, ator, diretor e gestor do Projeto e do Teatro Commune.
Commune Verso Poético – pelo diretor Jorge Julião e a cenógrafa Nani Cata Preta
Uma caixa preta. Vazia. Aqui e ali, detalhes em vermelho. Jovens artistas perambulam pra lá e pra cá, como sombras fantasmagóricas. Pés descalços, o palco nu, luzes, bastidores, camarins, dúvidas, somos feitos de tantas dúvidas…
Todos fortes, todos frágeis, erguendo a palavra e o verso como escudo e força poética.
Gritos de um amor sussurrado. Ou do amor oculto nos bastidores da pandemia. Amor que estava guardado na “nuvem”. Poesia que se expande em movimentos circulares com saias rubras e pretas, absurdamente rodadas. Versos que brincam de formas e fazem contraste com a gravata estreita, a gola imensa gola, o colete colado, quase crachá, escrachado!
De repente, surge a rosa vermelha da denúncia, do silêncio, do encontro e do desencontro, do amor e da desistência, da música encarnada e da prosa rimada.
Depois do terceiro sinal que viva a imaginação e da paixão acontecerá!
Que os jovens artistas possam manter essa chama acesa, pois há muito para ser contado depois desse tenebroso inverno.
O retorno aos palcos – Fazer teatro nunca foi tão vital
Os teatros fecharam as portas em março de 2020 e reabre agora, passados quase dois anos. Em alguns momentos, toda a classe teatral achou que não iria mais voltar, que era o fim. De certa forma, renasceu das cinzas.
“Essa reabertura é um convite para que o público retorne e que possamos estar de novo frente a frente com as pessoas (literalmente no Teatro Commune, que é intimista), afirmando, em conjunto, que estamos vivos e que precisamos resistir custe o que custar. O papel da arte foi e é fundamental para que possamos superar as cicatrizes deixadas por esse período sombrio da história mundial”, esclarece Augusto Marin, do Commune.
Uma Commune Teatral e Ponto de Cultura
A Commune, companhia teatral fundada em 2003, tornou-se um importante núcleo de pesquisa, produção, formação e intercambio teatral na cidade de São Paulo, criando espetáculos com base na linguagem não realista e popular, nas máscaras cômicas, na comicidade física e visual, com uso de improvisação, música em cena, recursos circenses, entre outros.
Desde 2005, a Commune está à frente do Projeto Teatro Cidadão, tendo formado mais de 1.500 jovens nos 14 anos de existência.
Em 2007, foi criado o Teatro Commune, espaço multifuncional, que se tornou uma referência nas artes cênicas na cidade, com capacidade para 99 pessoas, equipamento de luz digital e som profissional, ar-condicionado, galeria e café e estacionamento ao lado.
Ficha Técnica
Direção: Jorge Julião
Elenco: Matriarcak, Higor Passion, Fabio Godinho, Iago Kizu, Tabata Vieira, Matheus Sheep, Sarah Cherubin, Vivi Novaes, Lia Caleffi, Giovanna Cipola e Gabriel Paschoal.
Arte Educadores
Commedia Dell’Arte: Augusto Marin
Cenografia e Figurinos: Nani Cata Preta
Iluminação: André Lemes
Produção: Luciane Ortiz
Técnica de Palco e Comunicação: Rose Araujo
Figurinos e Cenários: Nani Cata Preta
Design de Luz e Operação de Som e Luz: André Lemes
Fotografia: Giovanna Cipola
Programação Visual e Designer: Rony Costa
Produção Executiva: Luciane Ortiz
Assessoria de Imprensa: Alessandra Siegel
Assistente de Produção: Giovanna Cipola e Gabriel Paschoal
Assistente Administrativo: Anderval Areias
Contrarregra e Limpeza: Manoel Cabral
Coordenação administrativa e Contábil: Luciane Ortiz
Coordenação Geral: Augusto Marin
Realização: Commune
Serviço: Verso Poético
Duas apresentações: 27 e 28 de novembro (sábado e domingo), às 17h
Duração: 90 minutos
Ingresso: entrada franca
Onde: Teatro Commune:
Rua da Consolação, 1.218 (ao lado da estação Mackenzie do Metrô e do TRT)